Diário de Campanha – Um terço do eleitorado francês se diz próximo das idéias da extrema direita – Fillon, mesmo fragilizado, obtém o apoio do partido e segue candidato

  • François Fillon estende à mão à dissidência: “A hora é à União, a hora é à ação… pelo bem da França”, conclama o candidato do direita e do centro 
  • A capitulação dos juppeistas e dos sarkosistas rebeldes face à obstinação de François Fillon levou à anulação da reunião entre os caciques do Partido em torno do ex-presidente Nicolas Sarkosy. O encontro perdeu o objeto e a foto da reconciliação entre Fillon e Juppé em torno do “padrinho” Sarkosy vai ter que esperar.
  • Os dissidentes retornam pouco à pouco à abraçar à candidatura Fillon. O constrangimento, no entanto, é palpável. Os centristas “exigem garantias”
  • Um terço do eleitorado se identifica as ideias do FN, diz estudo encomendado pelo Le Monde Contudo, seis entre dez eleitores vêem o partido de Marine Le Pen como um perigo para à democracia 
  • Um teto invisível que continuaria a impedir a vitória da extrema direita 
  • Nesta noite, uma nova pesquisa eleitoral coloca Marine Le Pen e Emmanuel Macron em empate técnico. Fillon em terceiro lugar com 19% 
  • O Canard Enchaîné revela, na edição que desta semana, que François Fillon beneficiou de um empréstimo de 50 mil Euros, reembolsado mas não declarado às autoridades competentes.

 

“Que desperdício! no dia seguinte ao resultado final da nossa eleição primária, François Fillon, à quem eu emprestei meu apoio imediato, tinha uma avenida diante de si. No entanto, a estratégia de defesa (contra as suspeitas de emprego fantasma da esposa e dos filho Fillon) fundada sobre um suposto complô ou de um assassinato político, levou sua candidatura à um impasse”, fulminou? Alain Juppé, antes de capitular face à obstinação de um François Fillon inamovível.

Um parágrafo que encapsula o sentimento dos lideres e eleitores da direita moderada francesa e explica o desamor dos juppeistas por um candidato que lhes parece em estado de naufrágio moral.

O site da revista semanal L’obs ouviu alguns deste eleitores que se sentem desorientado:

Guillaume, de Nantes, senti que, agora, ele deverá escolher entre duas opções ruins:

“Eu me decepcionei profundamente com François Fillon. E mesmo se as propostas de Emmanuel Macron me correspondem, A mesmo tempo eu não confio nele…”  

Jérémie Patrier-Leitus, ex-membro do comitê de jovens por Juppé, Ele também, não se vê votar por François Fillon no dia 23 de abril. “Radicalização dos militantes, desrespeito da palavra afiançada, Violência verbal em direção da Justiça,  da Imprensa, da oposição, de aliados, programa inflexível aliança com o Senso Comum…” elenca, “não, decididamente, eu não poderei votar por um tal candidato”.

Quanto às pesquisas, o que elas nos ensinam neste momento?

Em primeiro lugar Marine Le Pen, independente dos múltiplos processos penais em que ela, seus próximos e seu partida estão envolvidos, não perde a liderança. No entanto, Emmanuel Macron, dopado pelos votos centristas e da direita liberal em êxodo vindos da candidatura LR, esta à entre um e meio ponto percentual de distância da candidata extremista.

Outra tendência se confirma e François Fillon, neste momento, estaria eliminado do segundo turno. O psico-drama em que a campanha do deputado de Paris foi envolta, há mais de um mês desde que o Canard Enchaîné publicou as primeiras revelações do caso Penelope e das suspeitas de emprego fictício da esposa do candidato, custou o ingresso ao duelo final da eleição presidencial.

Os jogos são feitos? Do ponto de vista dos números interno da pesquisa  resposta é não.  A ordem de chegada  do primeiro turno ainda é incerta. 

Tanto Marine Le Pen, quanto François Fillon, de acordo com os dados publicados hoje, possuiriam uma solida de eleitores que se dizem certos da escolha para o primeiro turno.  Já Emmanuel Macron, desaguadouro de todos decepcionados da centro direita e da centro esquerda, suscita à duvida entre uma parte do eleitorado que, à quase 50 porcento declara que ainda pode mudar de candidato até o dia da eleição.

Há dez anos, o neo aliado de Emmanuel Macron, François Bayrou, obteve o mais alto se escore de primeiro turno de um candidato centrista des de a eleição de Giscard Destin da década de setenta. Os 18% do prefeito de Pau o eliminaram da final posto que ele foi o terceiro colocado naquela eleição atrás de Nicolas Sarkosy, que venceria no segundo turno, e da socialista Ségolène Royal. Emmanuel Macron, hoje, é dado à 25/26 porcento. No entanto, dentro da margem de erro, pode alcançar um resultado similar, no ponto mais baixo do intervalo.

Isso quer dizer que, no caso de um escore no entornos de 18 porcento, Macron pode ser eliminado por um François Fillon por volta do mesmo índice. A classificação para a rodada final se decidiria por dezenas de milhares de votos de diferença entre os dois candidatos.

Por outro lado, François Fillon, após ser escolhido pelos eleitores das primarias, era visto como ultra favorito à vitoria final com um placar de primeiro turno por volta dos 30 porcento demonstra que se o candidato, vergastado pelos escândalos, reencontra uma dinâmica de campanha, ele poderia superar, até mesmo, Marine Le Pen e sair do primeiro turno vencedor. Uma posição bem mais confortável em vista de um triunfo final.

Tudo como d’antes

E François Fillon repartiu em campanha como e nada tivesse acontecido, mesmo, o proprio candidato reconhece que muito se passou nos últimos dias.

O deputado de Paris participou de um comício diante de cerca de 3 mil simpatizantes na cidade de Orléans. Durante o discurso que pronunciou, o candidato, em júbilo,  disse coisas assim:

“Orléans é uma cidade de combate, de coragem. É uma cidade onde a epopéia francesa se forjou ao longo dos séculos…

Em Orléans, a palavra Submissão, há séculos que ela é ignorada. Eu também não me submeto!

Certas pessoas gostam de falar em nome do povo. Certas pessoas se erigem em candidato do povo. Certas pessoas dão lição de democracia ao povo. Eu, eu não pretendo à nada disso. Mas ontem, na Praça do Trocadéro, O povo estava lá, como ele está aqui em Orléans.

Muitos esperavam um fiasco. Outros previam tensão e confusão. Certos outros desconfiavam que eu pretenderia atacar nossas instituições como se à 63 anos eu quisesse começar uma carreira de putschista! Nada disso aconteceu. Mais de 200 mil francesas e franceses foram à praça do Trocadéro e não havia extremistas (esperados)!

Eram eleitores do centro e da direita que traziam algo de sincero e de bonito no coração.

Essa multidão compareceu por que ela queria ser respeitada por nós.

Eu vos confesso. Se entre as fileiras tivessem vazios, se a praça estivesse vazia, eu teria tomado as decisões que se imporiam.

Desde de sempre, se diz que a eleição presidencial é um encontro entre um homem e o país e não com um partido. Pois bem, domingo (5 de março) se encontravam todos os sinais de um encontro poderoso.

Então, eu conclamo (à todos) à reunião, à mobilização, à ação. Eu tinha todo a força da minha família política (diante de mim) recentrada e comigo, pela França.

Eu convido, solenemente e de forma amical nossos parceiros centristas à se juntarem à minha campanha. Nos temos os mesmos valores, nos temos os mesmos objetivos, e será juntos que nos reconstruiremos à força parlamentar que reabilitará, amanhã, a França.

Nos queremos, justos, virar à página do socialismo, então, vamos lá!

 

Basta de divisões, ponto final às hesitações, servamos à França, de mão dadas!”

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