Terror na França – Polícia Nacional abate Cherif Chekatt, suspeito de ser o autor do ataque terrorista em Estrasburgo
Cherif Chekatt suspeito de ser autor do ataque terrorista ao mercado de natal de Estrasburgo foi abatido em troca de tiros com uma patrulha da Polícia Nacional francesa
Nas ruas da cidade francesa a população aplaude a polícia que pôs fim a caçada ao suposto terrorista
Uma patrulha da Polícia Nacional, composta por 3 policias circulando em uma viatura padronizada, às 21h, reconheceu Cherif Chekatt caminhado em comportamento suspeito em uma rua do bairro Meinau em Estrasburgo. O ministro do Interior Christophe Castaner, em coletiva na cidade alvo do ataque terrorista de terça-feira (11 de dezembro, explicou que os oficiais de polícia procederam à interpelação do suspeito “que se virou e atacou”. Os polícias “responderam imediatamente” e abateram o homem mais procurado da França.
O que teria decidido os polícias interpelar o homem foi o fato de que Chekatt, ao avistar a viatura de polícia, fingiu entrar em um prédio mas, sem conhecer o código de segurança da porta, não conseguia penetrar no hall de entrada. A patrulha decide então, de se aproximar o homem e, dirigindo na contra-mão, estacionam em frente à porta do edifício em que Cherif Chekatt tenta adentrar. De dentro do carro, o agentes se identificam e, neste momento, o suspeito atira contra a patrulha. Dois policias responderam fogo e, em uma ação que durou poucos segundo, levaram o suposto terrorista à óbito.
Em possessão de Chekatt, os policias encontraram um antigo revolver, segundo informações da Procuradoria d República, e 8 balas calibre 8 milímetros no bolso do parca.
Mais cedo, uma operação passou no pente fino uma parte do bairro de Neudorf, onde Cherif Chekatt havia sido visto pela última vez. Após uma hora e meia as forças da ordem liberaram o tráfico local à circulação com as mãos vazias. Entretanto, a concentração dos esforços em torno das ruas onde o fugitivo cresceu demostrava a convicção dos responsáveis pela operação de captura de que este criminoso com uma longa ficha corrida não teria os recursos necessários escapar para longe dos limites da cidade.
Fontes policiais ouvidas pelo canal de jornalismo 24 horas France Info explicam que Cherif Chekatt contava com cumplicidades no meio do banditismo local. Porém, habitualmente, estes mesmos comparsas são recalcitrantes quando o assunto é dar auxilio à um dos seus que tenha passado a ação terrorista. Isso por que a pena pelo crime de associação terroristas pode chegar à 20 anos de detenção sem a possibilidade de evolução do regime.
Nesta sexta-feira (14 de dezembro) pela manhã, o procurador da república Rémy Reitz responsável pela investigação do caso se exprimiu diante da imprensa. Ele felicitou “todos os serviços” de polícia envolvidos nas buscas e investigação cuja “cooperação e complementariedade”, estima o Reitz, “permitiu que fosse encontrado” Chekatt.
O investigador da célula antiterrorista da Procuradoria de Paris ainda destacou que, mesmo com a neutralização do suspeito, o inquérito continua. O objetivo, não só estabelecer a autoria do atentado – ainda que tenha sido abatido em fuga, Cherif Chekatt beneficia da presunção de inocência – mas também para estabelecer possíveis cumplicidades. Neste sentido, Rémy Reitz informou que quatro familiares e três próximos do possível autor estão detido em regime preventivo e sob interrogatório.
O Christophe Castaner esteve presente na reabertura do marcado de natal de Estrasburgo e refutou a reivindicação feita pelo Estado Islâmico de autoria intelectual do massacre de terça-feira como sendo “totalmente oportunista”. O fato de Chekatt, supostamente, ter passado à ação de maneira impulsiva e improvisada seria bem a prova de um ato solitária, acredita o ministro do Interior.
Grande Alívio
“Grande alivio, esperava este momento com ansiedade. Tínhamos uma espada de Damocles sobre a cabeça da cidade, com um terroristas à solta. Hoje, ele foi abatido e eu felicito as forças da ordem”. disse o prefeito de Estrasburgo Roland Ries, logo em seguida à notícia da morte de Chekatt. O chefe do executivo municipal, que se reunia com o ministro do Interior em vista da reabertura do mercado de natal – fechado há dois dias – quando os dois políticos souberam da morte do suposto terrorista. O mercado de natal mais antigo da frança deve reabrir amanhã, com medidas estritas de segurança decididas na noite de hoje, e “em um outro clima psicológico”, sustenta Ries.
Terror em Estrasburgo
Um atentado à mão armada, terça-feira (11 de Dezembro) pouco antes das 20 horas (horário local) fez pelo 4 mortos e 12 feridos em Estrasburgo, França. Uma terceira vítima grave sucumbiu aos ferimento. Outros 5 correm risco de morte e. Um dos atingidos pelo ataque é mantido por aparelhos e teve a morte cerebral decretada na madrugada de terça para quarta-feira. O tiroteio aconteceu em meio ao mercado de natal da cidade – um dos mais antigos da Europa, criado em 1570. O atirador, identificado por câmeras como sendo Cherif Chekatt, natural da Estrasburgo, portava uma arma de mão e uma faca. Ele foi, desde o momento do ataque, procurado ativamente pela polícia nacional.
Entre as duas pessoas assassinadas estão um turista tailandês de 45 anos e um estrasburguês de 61 anos e um mecânico afegão. Dois jornalistas, um italiano e um francês e dois franceses que viviam no departamento de Vosges na Região do Grand Est estão entre as 13 vítimas feridas por balas.
Às 22 horas de ante-ontem, a célula antiterrorista da Procuradoria de Paris foi encarregada do caso. Um inquérito por assassinato e tentativa de assassinato por motivo de terrorismo foi iniciada.
Ontem às 12 horas e 30 minutos, Rémy Heitz, procurador da república à frente da investigação, se dirigiu a imprensa em Estrasburgo. “O terrorismo mais uma vez atacou”, declarou de início o membro do Ministério Público.
A pista terrorista motivado por radicalização religiosa é priorizada pelas autoridades que trabalham no caso. Conforme informou o procurador Heitz, durante a fuga, Cherif Chekatt redeu um taxista no centro da cidade. O refém testemunhou à polícia e contou que, ao embarcar, o atirador teria reivindicado à morte de 10 pessoas e em em soldados – na verdade foram 3 vítimas fatais até agora – por motivos terroristas. “Tu sabes o que eu fiz? Eu matei pessoas (…) Em nome do nossos irmão na Síria”, relembra o motoristas que acha que ele só escapou com vida por ser de confissão muçulmana. Além disso, Heitz disse que há testemunhas que afirmam ter ouvido o suspeito gritar “Allah Akbar” ou deus é grande em árabe.
Quem é o suspeito
Com 29 anos, o suspeito é este natural da cidade que abriga a sede do Parlamento Europeu. Cherif Chekatt é conhecido pelos serviços de polícia por fatos de crime comum, na França, na Alemanha e na Suíça vizinhas. Quando tinha 13 anos o adolescente Chekatt teria cometido o primeiro delito. Na Alemanha, foi preso e condenado em 2016 por dois casos roubo à uma pena de dois anos e meio. No entanto, em 2017 ele foi liberado e expulso do país. Ao todo, ele foi condenado 27 vezes, conforme o procurador da república, na maior parte dos casos pela justiça francesa.
Na França, Cherif Chekatt, já havia cumprido pena, com múltiplas passagens por casas prisionais, e deixado o sistema carcerário em 2015. Devido a radicalização de caráter islamista observada na prisão em 2015 e proselitismo, ele também é listado junto aos serviços de inteligência como um potencial “risco à segurança nacional – um “fichado S” como estes indivíduos são conhecidos – e acompanhado pela Direção Geral dos Serviços Interiores (DGSI).
Em junho de 2016, durante a “Festa da Música” – um feriado nacional festivo – ele foi abordado por policíais em Estrasburgo acompanhado de um outro homem. Durante a operação aleatória de controle, Cherif Chekatt teria dito que desejava “matar tiras”. Comentário que lhe custou uma passagem na delegacia e uma detenção no regime de prisão preventiva e uma denúncia por “apologia ao terrorismo”. A denúncia acabou não tendo andamento devido à falta de provas. .
Hoje à tarde, durante à sessão de perguntas ao governo no parlamento, o ministro do Interior Christophe Castaner, revelou que “desde os 10 anos de idade [Chekatt] tinha um comportamento de ordem penal”. Segundo o policial Fabrice Poli que é delegado pela região Grand Est do sindicato Alliance Police Nacionale, Cherif Chekatt “começou relativamente jovem a delinquir” e progressivamente “passou a ser assíduo das delegacias de polícia”, conta Poli.
Mais cedo, o secretário de Estado junto ao ministério do Interior, Laurent Nuñes, à uma rádio pública de grande escuta, explicou a que radicalização observada era “na prática religiosa” mas que o acompanhamento realizado pela DGSI não tinha até agora dado “sinais” de que nutriria a intensão de cometer um ato terrorista, informou o numero 2 do Interior.
Ontem (11 de dezembro) pela manhã, em razão de um caso de assalto domiciliar violento em que Chekatt estaria envolvido, a a brigada de busca e apreensão da polícia Militar executou um mandado de prisão no domicilio do suspeito. Como ele era “fichado S” e monitoriado pelos serviços de inteligência, a DGSI acompanhou os agentes militares durante a operação. Cinco outros indivíduos foram detidos em relação com o assalto, mas sem relação com o atentado ao Mercado que só iria acontecer horas mais tarde. O suspeito de ser o atirador Ele não se encontrava em casa e pode escapar a operação.
Durante a coletiva, o procurador da república do núcleo antiterrorista de Paris declarou que no apartamento do suspeito foram encontrados um arsenal importante, composto de uma granada, um rifle longo carregado, 4 facas, 2 de caça.
Por que já estava no radar das autoridades, a imagem capturada por câmeras do mercado de natal permitiu de rapidamente identificar o suposto agressor, de acordo com o ministério do Interior.
Como aconteceu
Por volta das 20 horas, um indivíduo armado penetrou na Grande Ilha de Estrasburgo, no centro da cidade, rumo ao perímetro de segurança do mercado de natal, relata a Prefeitura Administrativa da região do Bas-Rhin. O tiroteio se deu pelas ruas, em direção ao mercado, declarou à radio France Bleu, Robert Herrmann, secretário municipal de Estrasburgo. Uma informação confirmada hoje pela procuradoria. “O mercado estava fechado, foram os transeuntes que foram atingidos, explica Herrmann.
Ao chegar ao mercado de natal, houve uma troca de tiros com a soldados da operação Sentinela que protege eventos e monumentos considerados alvos potenciais de um atentado terrorista. “Ele enfrentou por duas vezes nossas forças de segurança, sistematicamente com troca de tiros”, explicou o ministro Christophe Castaner, em uma declaração à imprensa.
Após se desvencilhar dos soldados da Sentinela, o suposto terrorista fez um taxista refém e deixou o bairro central de Estrasburgo à bordo do táxi dirigido pela vítima que ele liberou ao chegar à seu destino no bairro de Neudorf. Ouvido pelos investigadores, ontem à noite, o refém teria dito que Cherif Chekatt continuava armado e que preferiu indicar o caminho a seguir ao invés de dar um endereço ao motorista. O possível atirador, conforme o taxista, estava ferido.
Desde então, uma verdadeira caça humana esta em andamento. De acordo com o ministério do Interior, cerca de 720 agentes das forças da ordem estão envolvidos nas buscas à Chekatt. Como o suspeito pode ter atravessado a fronteira em direção à Alemanha, o número 2 do Interior, Laurent Nuñes já está no país vizinho e coordena esforços com as autoridades alemãs.
Desde a madrugada de ontem, 4 membros da família do suposto atirador foram colocados em regime de prisão preventiva, que pode durar até 72 horas em casos de terrorismo, para “retraçar o itinerário [do suspeito] e identificar eventuais cúmplices”, informa o procurador da republica Rémy Heitz.
No final da tarde de hoje a Polícia Nacional lançou um “chamado à testemunha” – um cartaz do tipo procura-se – convocando à população a ajudar nas buscas. O suposto atirador era considerado armado e perigoso. Por isso, as autoridades recomendam cautela e que, em caso de identificação, não se intervenha diretamente mas sim comunique à polícia o paradeiro potencial de Chekatt. A troca de tiros que resultou na morte do fugitivo comprovou a periculosidade.
Ainda conforme o ministro do Interior, o plano de “Urgência Terrorista” foi desencadeado. Entre outras medidas, isso significa um controle mais rígido das fronteiras e dos mercados de natal em outras cidades do país “para evitar um efeito de mimetismo”, explica. Castaner permaneceu em Estrasburgo até o meio dia de hoje onde coordenou uma célula de crise local. Em Paris, uma célula de crise também foi formada em torno do presidente Emmanuel Macron, ontem à noite, com a participação de todos os serviços de segurança e inteligencia da França. Ela continua em funcionamento na cede do ministério do Interior, Place Beauvau.
Bairro Bloqueado
Em seguida à evasão do atirador, os deputados europeus foram bloqueados por horas no Interior da sede da instituição por uma questão de segurança. Da mesma forma, em todo o perímetro de busca ativa, clientes de bares, lojas e outros comércios e casas de espetáculo foram mantidos no local até que as autoridades dessem o sinal verde para evacuar – o que aconteceu na madrugada, por volta das 3 horas.
Por precaução, o mercado de natal – que no passado já fora o alvo de tentativas frustadas de atentado – permanece fechado no dia de hoje. Nas ruas do drama, a circulação voltou ao normal no meio do dia de hoje. No entanto, France Info informa que anônimos começam à depositar corroas de flores e cartões com mensagens de solidariedade com as 15 vítimas de ontem.
Événement en cours à #Strasbourg #RT pic.twitter.com/rtlIwEdnAL
— Préfet de la région Grand-Est et du Bas-Rhin (@Prefet67) 11 de dezembro de 2018
A mídia local recolheu os primeiros depoimentos de testemunhas do tiroteio que deixou vítimas fatais, Élise, por exemplo, estava em uma mesa com amigos quando avistou “muitas pessoas correndo pela rua”, contou. “Nós nos perguntávamos o que estava acontecendo quando então ouvimos tiros. Eram mais o som de detonações que outra coisa” esclarece Élise. Pierre Jacubowitz, conselheiro do presidente da região do Haut-Rhin, também estava presente no centro da cidade quando o ataque aconteceu. “Policiais davam ordem, [diziam] que tínhamos que nos refugiar o mais rápido possível. Ouvíamos gritos nas ruas, as sirenes. Ouvíamos as pessoas correrem”, relembra.
Outras informações aqui em YAPMAG à qualquer momento em caso situação ativa em torno das investigações deste atentado terrorista.
DF de Paris