Daily de la Présidentielle – 4o mil pessoas em comício da última chance reforçam a candidatura de François Fillon

 

  • François Fillon se diz aberto à discussões mas avisa que ninguém pode impedi-lo de ser candidato 
  • Alain Juppé, especulado como alternativa a candidatura Fillon, promete se exprimir sobre o assunto na segunda-feira (5 de março de 2017) pela manhã.
  • O site da revista L’obs diz que Juppé dirá que não quer ser candidato mais o mistério permanece intacto

Contra tudo e contra todos François Fillon reafirma a intensão de prosseguir na briga pela presidência da República francesa. Durante um grande comício parisiense, domingo à tarde, 04 de março, na praça do Trocadéro o candidato abandonado por mais de 300 eleitos da direita e do centro declarou que ele não abandonara a campanha.

Ele apostava às últimas fichas. O evento de última hora, sob vento forte e chuva intermitente, reuniu 40 mi pessoas e deu uma sobre vida ao candidato Fillon, enfraquecido pelas suspeitas de emprego fictício da esposa e dos filhos por mais de 300 abandonos de eleitos da direita e do centro. Diante da numerosa presença de simpatizantes que foram à praça apoiar a chapa fillonista, o ex-premier se mostrou, novamente, combativo. Ele abriu o comício com um dedo em riste e uma pergunta: “Eles queriam me ver sozinho! Vocês acham que eu estou sozinho?”

“Eles”, na boca de Fillon podem ser diversos grupos de pessoas. Em primeiro lugar, os seus correligionários. “diante de vocês, eu também penso aos que abandonam o navio”, lançou à multidão de fãs.  À mesma platéia, em vários momentos, ele fez a multidão vair àqueles que viram às costas à candidatura do deputado de Paris. Implacável, ele qualificou os eleitos que o retiraram o apoio dado de “desertores” e “traidores”.

Contudo, em longo discurso, e cercado por eleitos leais à causa, François Fillon se mostrou menos contundente nas criticas contra a justiça francesa que ele castigara na semana passada e que o ameaça de indiciamento em duas semanas. Os golpes ao judiciário foram vistos como uma mostra de populismo. Uma contradição com a imagem de homem público republicano que Fillon cultivou durante mais de 30 anos de carreira política e que o candidato, hoje, procurou reconfortar.

Ainda que conciliador, ele não se furtou de se ver como um homem procurado por todos. E de denunciar o “sistema” político e mediático que buscaria à impedir sua candidatura e “roubar” a vitória da direita aos eleitores que o escolheram como candidato quando das prévias de 2016.

Ele ainda estima ser o único legitimo à representar a família política da direita e do centro e ele aponta ao publico presente os 3 milhões de eleitores que depositaram votos à seu favor durante as primarias do centro e da direita.

Quanto aos mais de 300 eleitos que, oficialmente,  abandonaram sua campanha desde quarta-feira, Fillon lançou uma advertência: “(nos últimos dias) Eu fiz meu exame de consciência… Aos homes e mulheres da minha família eu peço que eles façam os mesmos. (vocês) deixarão à paixão do momento vencer?” Uma forma dizer aos desertores que a responsabilidade de uma possível derrota em abril recairia sobre os ombros daqueles que o abandonariam em meio da batalha.

Em entrevista à uma rede publica de tevê, à noite, após o comício, o ex-primeiro ministro se defendeu de intransigência. reforçado pelo afluxo à praça do Trocadéro, François Fillon explicou que, mais uma vez, os eleitores da direita e do centro o confortaram na sua vontade de ir até o final da campanha.

No entanto, “Eu não sou um um extremista, eu estou aberto ao dialogo, mas ninguém pode me impedir de continuar à ser candidato”, preveniu o deputado de Paris.

Um conselho político extraordinário do diretório national do partido Les Républicains terá lugar amanhã à noite. Apesar da demonstração de força da tarde de hoje a candidatura de François Fillon ainda poderia esta ameaçada. A manutenção ou o afastamento do candidato, uma guerra de trincheira entre fillonista e os mais de 300 eleitos que abandonaram a chapa da direita e do centro, continua sendo um objeto de discussões e manobras nos bastidores.

 

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