Emmanuel Macron Eleito presidente da República Francesa
Emmanuel Macron, ex-ministro da economia de François Hollande, foi eleito e será o mais jovem presidente da história da França.
Uma hora após o anúncio oficial, que confirmou o favoritismo do candidato do movimento “En Marche!” face à adversária de extrema direita Marine Le Pen, Emmanuel Macron se pronuncia pela primeira vez como presidente eleito. Fundo azul, bandeiras da França e da União Européia à esquerda do quadro e voz grave, Macron escolheu assumir toda a cenografia de um chefe de Estado instalado na função.
“Meus compatriotas, uma nova página de nossa longa história se abre esta noite. Eu quero que seja a noite da esperança e da confiança reencontradas”. declarou.
O centrista eleito, agradeceu aos militantes do seu movimento pela vitória da campanha que o conduzirá ao palácio Élysée. No entanto, o futuro chefe do Estado Francês reconhece as divisões da sociedade que se esconderiam por trás do forte escore de 65% dos votos válidos que lhe foram atribuídos.
Ele saudou à adversária do Front Nacional (FN), que havia reconhecido a derrota uma hora antes e prometera uma profunda transformação do partido que a candidata extremista dirige – o que abre, inclusive, a possibilidade do abandono do nome FN marcado pelo passado anti-semita e repleto de fundadores colaboracionistas do movimento, em benefício de uma nova sigla que o dissocie do Front de Jean-Marie Le Pen.
“Eu comprimentos de forma republicana, minha adversária. Eu Sei das divisões de nossa nação que conduziram, alguns, à um voto extremo. É minha responsabilidade a de vos escutar e lutar contra todas as formas de desigualdade, garantindo a segurança de todos, e garantindo a unidade da nação”, prometeu, solene, o presidente eleito.
Aos diferentes eleitores do país ele prometeu buscar uma maior unidade: “Eu lutarei com todas minhas forças contra as divisões que nos minam e nos abatem. Amêmos a França. À contar desta noite, e pelos cinco anos que virão, eu vou, com humildade, com devoção e determinação, servi-las em vosso nome”, encerrou o curto discurso que antecedeu o comício de vitória organizado na esplanada do Museu do Louvre, Ultima morada parisiense do Imperador Napoleão III, todo um símbolo.
A vitória foi ampla e sem contestação. Os 65% de votos em favor do candidato centrista demostram que, mais uma vez, a rejeição que o Front National (FN) suscita foi redibitória para as intensões presidências de Marine Le Pen.
O presidente François Hollande, através de uma rede social conhecida, felicitou o ex-subordinado pelo sucesso eleitoral.
Nos estúdios da principal rede de televisão do país, no momento do anúncio do resultado final, lado à lado, Segolene Royale e François Bayrou, segunda e terceiro colocado do primeiro turno da eleição presidencial de 2007 e que, desta vez apoiaram o mesmo candidato, foram os primeiros responsáveis políticos franceses à reagir à vitória de Macron.
“Eu acho que [a vitória] é magnífico”, comemora Bayrou. O prefeito de Pau, que dirigiu o extinto partido do ex-presidente Valéry Giscard d’Estaing, disse ainda que “os dois terços de franceses [que votaram Macron] que quisera [reunir] Giscard, esta noite, estão reunidos.
A ministra da Ecologia e das Energias Renováveis, Segolène Royale, estima que Emmanuel Macron “conseguiu quebrar as divisões [ideológicas] tradicionais” do país. Para ela, a eleição do candidato do movimento “En Marche!” precisará “construir uma maioria” no congresso – uma alusão às eleições legislativas previstas para um mês.
Unidos, os dois partidários da candidatura Macron, pareciam fechar uma página da vida política francesa.
“uma geração tem que transmitir o bastão à uma nova. É assim que se vence uma corrida em equipe”. finalizou Bayrou.
A noite será longa e a próxima a próxima semana será curta.
Desde terça-feira Emmanuel Macron terá que escolher um primeiro ministro e novos membros de um governo provisório que dirigirá o país entre a posse no domingo que vem e as eleição legislativas que vai determinar a nova maioria.
Emmanuel Macron, que a França desconhecia há três anos, ambiciona reestruturar a vida política do país em torno do movimento “En Marche!” que ele criara para participar do pleito presidencial.
O claro resultado obtido pelo centrista parece ter posto fim ao debate sobre à permanência da França na comunidade Européia e na zona Euro. No entanto as urnas de junho dirão que tipo de Europa os franceses terão.
Marine Le Pen pagou o preço do comportamento que exibirá no debate da última quarta-feira. Mas também o preço do passado extremista da sigla que dirige.
O futuro, para Le Pen, passará pelas legislativas mas sobre tudo pelas movimentações internas do partido que fará um balanço do período de dez anos de Marine à frente da extrema direita francesa. Outros poderão, face a derrota desta noite, buscar a direção do partido e a aposentadoria da candidata mal sucedida.