Alexandre Benalla na tevê: ” O presidente da República não tem nada a ver com o que se passou no dia 1° de maio”
Após uma entrevista publicada pelo jornal Le Monde, Alexandre Benalla, pivô do caso homônimo, foi à tevê pela primeira vez desde o início desta crise política extemporânea. O ex-subchefe de gabinete da presidência da República francesa, encarregado da segurança privada do Presidente Emmanuel Macron, guarda-costas de formação e de apenas 26 anos, foi flagrado agredindo manifestantes no dia 1° de maio quando participava de uma missão de observação junto a tropa de Choque de Paris.
Como uma réplica ao ex-patrão através de mídia interposta, que afirmara nesta semana que a responsabilidade pela situação era inteiramente dele Emmanuel Macron, Benalla exonerou o chefe do Estado. “O presidente da República não tem nada haver como o que se passou no 1° de abril”, sentenciou o guarda-costas.
A grande novidade da noite, em relação ao que lia-se nas páginas do Le Monde de quinta-feira, era Alexandre Benalla. A França descobriu um jovem com a barba rala, bem vestido e com gestos curtos, contido, polidos.
O ex guarda-costas do presidente tem um tom de voz calmo, quase tímido. Apesar do comportamento modesto e do ar juvenil, suas resposta são precisas e firmes. A serenidade do ex-assessor da presidência contrastou com as imagens da ação violenta das imagens que desencadearam a crise, ou “vigorosa”, como qualificou o entrevista.
Quando confrontado com as cenas de contenção forçada dos manifestantes da Contrescarpe, Benalla se repetiu e considerou que, no confronto contra os jovens militantes, não cometera nenhum ato delituoso. “Agi como um cidadão” agiria, explicou o guarda-costas.
A entrevista, que durou cerca de 20 minutos, cobriu todos os tópicos que foram suscitados, tanto na imprensa local, quanto durante as audiência públicas das duas Comissões de Inquérito Parlamentares (CPI) em andamento nas duas câmaras do Congresso francês.
Entre outras coisas já sabidas desde ontem, Alexandre Benalla afirma que não portava uma arma de fogo durante a missão de observação do dia 1° de maio. No entanto, ele confirmou possuir uma licença para porte de arma – uma das polêmicas da semana girou em torno do uso que este servidor do presidente teria feito desta autorização raramente concedia a um civil na França.
Por fim, com ar emocionado, o ex-funcionário confessou se sentir “em falta”, mas não culpado de um crime.